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domingo, 20 de setembro de 2009

A pianista que comoveu Estaline



Maria Yudina, uma das maiores pianistas russas do século passado, não podia gravar discos por causa da sua oposição ao regime comunista. Profundamente cristã dizia que primeiro procurava tocar para encontrar Deus mas que com o tempo procurava Deus para encontrar a música.

Uma vez, enquanto a telefonia transmitia ao vivo um concerto onde tocava o concerto nº 23 de Mozart para piano, Estaline ouvi-a e disse que queria o disco. Incapazes de dizerem ao ditador que não existiam discos de Maria Yudina, os seus subordinados arrancaram-na de sua casa e gravaram o disco durante a noite. Diz-se que Estaline começou a chorar mal ouviu as primeiras notas. Quando morreu, em 1953 estaria a a ouvir esse disco.

Deixo a carta que Maria Yudina escreveu a Estaline a agradecer o donativo que este lhe fez depois de ouvir o disco.

"Dear Josef Vissairyonovich,wish to thank you for your most generous gift and express to youhow much it touched my heart. I will continue to pray for you and yoursoul every day and every night for the rest of my lifePleaseremember thatGod's love for you is as infinite as His mercyand if you but confessand repent He will forgive your many sins against our homeland andour countrymen.Once again, I wish to thank you for your gift. I have donated it in itsentirity to the church which I regularly attend.Most sincerly,Maria V. Yudina"

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"Então dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus."


Esta frase de Nosso Senhor é uma das frase preferidas dos pensadores modernos.  Fazendo uma interpretação muito livre e muito própria usam esta frase para tentar justificar a opinião de que a Igreja se deve limitar à sacristia.


Ora é preciso distinguir duas coisas. Primeiro, a Igreja não é política e não deve fazer política. Sempre que a Igreja se intrometeu em políticas acabou sempre com a sua liberdade ameaçada e submetida ao Estado. Relembro só que pelo menos dois chanceleres de Inglaterra são santos mártires (São Tomás Moro e São Tomás Becket) exactamente por darem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (ou como diria São Tomás Moro "morro fiel súbdito do Rei, mas primeiro Deus").

Contudo, a Igreja está no mundo: "Eu não peço que os tires do mundo mas que os salve do maligno. Eles não pertencem ao mundo tal como eu não pertenço ao mundo. Consagra-os na verdade. A Tua palavra é a Verdade. Como Vós me enviastes ao mundo, também Eu os envio ao mundo". A Igreja está no mundo para testemunhar Cristo
 a todo o mundo, em todo o mundo. Não há áreas da vida onde Jesus possa ser excluído ou onde a Igreja não O deva anunciar presente. E isto, em relação à política reveste dois aspectos:

1) A hierarquia da Igreja, que tem o dever de guiar o povo cristão, não pode deixar de ajuizar e aconselhar o seu rebanho nas questões sociais. Dar testemunho da Verdade é também desmascarar a mentira e corrigir o erro. É também indicar o caminho melhor para uma sociedade justa.

2) O povo cristão tem o dever de se empenhar na sociedade. O amor a Cristo impele-nos a dar testemunho dele em todas as circunstâncias. Esse testemunho traduz-se num amor ao homem, à justiça e ao bem comum. Por isso um católico não se pode não empenhar na política, na condição em que chamado a vivê-la. Quer seja fazer campanha, ser candidato, ou simplesmente votando.

Não devemos cair na tentação de dizer "eu sou católico, mas isso não interessa para a política". Ser católico interessa para a vida inteira, porque ser católico é entregar toda a vida a Cristo, em cada uma da circunstâncias em que Ele nos coloca.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Asfixia.


Ontem e hoje, a noticia que domina os jornais é a suspensão do jornal apresentado por Manuela Moura Guedes sextas-feiras à noite. Todos os opinion makers que não são do PS apontam o dedo a Sócrates. Os socialistas defendem-se e dizem que isto foi feito para os atacar.


Eu acho que assuntos deste tipo são demasiado importantes para se escrever um opinião sem provas. Acusar o primeiro-ministro de afastar uma jornalista incomoda é muito grave.

Contudo, é sintomático do estado do país que, quando um canal de televisão cancela um programa que diz mal do governo, todos pensem imediatamente que o partido que governa está por detrás desse facto.

Esta normalidade com que nós enfrentamos um facto que pode ser gravíssimo, prova que em Portugal há um clima de medo e desconfiança em relação ao poder. Até pode ser que não tenha sido o PS, mas ninguém duvida que podia ter sido. Aliás, a defesa dos socialista não é "nós nunca faríamos isso" mas sim "seria um disparate ter feito isso agora".

As reacções a este acontecimento vêm mais uma vez demonstrar a tal "asfixia" de que a Dra. Manuela Ferreira Leite têm falado tanto.