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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Eleições Americanas: O Debate.





Publiquei ontem um artigo sobre as eleições americanas sem me lembrar que era o dia do último debate entre Clinton e Trump. Se me tivesse lembrado teria provavelmente esperado mais um dia, aproveitando assim aquilo que seria discutido em Las Vegas.

Não o fiz, mas ao ler hoje os resumos do debate percebo que não teria mudado nada. Confirma-se mais uma vez que estamos diante de dois candidatos muito maus. Deixo aqui apenas três notas sobre o debate de ontem.

1. Trump foi Trump: ordinário, populista, demagogo.

De bom teve a promessa de nomear juízes pró-vida para o Supremo Tribunal e o seu pragmatismo em relação á Síria e ao papel da Rússia na luta contra o Estado Islâmico.

De mau (para além da já proverbial malcriação e ausência de ideias) a sua resposta sobre o que faria em caso de derrota. "Vou ver na altura" não é uma resposta aceitável quando lhe perguntam se vai aceitar os resultados das eleições. A Democracia não é compatível com birras e chantagens.

2. Hillary foi Hillary: a pose de estadista, o discurso "responsável" ao mesmo tempo que apelava a ala radical do seu partido no mesmo tom demagógico do seu antigo concorrente democrata, Bernie Sanders.

De bom, a restrição ao porte de armas e a posição sobre a emigração. Para além disso demonstra melhor preparação que Trump sobre os assuntos.

De mau: a posição sobre o aborto e o lobby LGBT e a posição sobre a Síria. Teve o descaramento de afirmar que a guerra civil continua por culpa da Rússia e de Assad.

Convém relembrar que os Estados Unidos nos últimos cinco anos armaram a oposição Síria, constituída maioritariamente por extremistas islâmicos. Sem a Rússia, Assad teria caído e a Síria estaria agora como a Líbia: entregue a senhores da guerra em continua luta pelo poder, com o único ponto em comum de quererem impor uma ditadura islâmica. Encerrar o espaço aéreo da Síria, permitindo assim a recuperação dos rebeldes não levará à paz, mas ao prolongamento da guerra da Síria. Como Hillary bem sabe. Mas não lhe interessa porque prefere continuar a demonizar a Rússia do que resolver o problema da Síria.

3. Impressionante como ambos os candidatos têm um claro problema de honestidade em relação ao dinheiro. E como ambos se defendem acusando o outro de ser mais trafulha.

2 comentários:

  1. Boa análise. O Trump é o Trump, já nem vale a pena falar. Mas realmente a Hilary, em política externa, pretende continuar a cometer erros que tanto horror têm provocado. Os americanos não aprendem, a experiência não existe no vocabulário americano. É assustador

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  2. Boa análise. O Trump é o Trump, já nem vale a pena falar. Mas realmente a Hilary, em política externa, pretende continuar a cometer erros que tanto horror têm provocado. Os americanos não aprendem, a experiência não existe no vocabulário americano. É assustador

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